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A UNEB Campus VIII reuniu estudantes e pesquisadores indígenas para discutir as Políticas para Educação Superior Indígena

 

Por Bruna Cordeiro - 17/05/2017

No processo de humanização e de emancipação das pessoas e, especialmente na transformação das realidades humanas e justiça social, a UNEB (Universidade do Estado da Bahia), por meio dos cursos, núcleos de pesquisas e extensão vem buscando atender às peculiaridades dos diversos grupos sócio-culturais. E, foi nesta perspectiva, que se realizou o Seminário: Políticas para Educação Superior Indígena, no período de 22 a 25 de Abril no Campus VIII, prédio Caminhos da Caatinga.Neste evento, foram debatidas propostas para criação de novos Projetos de Formação, de estímulo a Pesquisa, a Extensão, ao PIBID (Programa Instituição de Bolsas de Iniciação a Docência) e a permanência de estudantes indígenas, de maneira a valorizar o trabalho de Centros como do OPARÁ (Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação). 

 

No caso específico dos Povos Indígenas, a busca é pela consolidação de uma Política de Educação Superior Indígena, de forma que seja possível trabalhar com a especificidade cultural dos diversos grupos étnicos em todos os Câmpus. Desde 2008, o OPARÁ desenvolve atividades na perspectiva de fortalecer e incentivar a Investigação Científica, a Extensão e a Formação Continuada dos Povos Indígenas. Sua implantação significou um grande desafio e aprendizado, por ser uma proposta concebida por pesquisadores da UNEB, mas com a participação efetiva dos Povos Indígenas da região do Semiárido. Destacam-se as ações indigenistas: Licenciatura Intercultural, Pós-Graduação lato-sensu, cadastro de doutores para a criação do mestrado intercultural. Estas ações, no entanto, necessitam do fortalecimento da articulação entre os Departamentos de Euclides da Cunha, Juazeiro, Paulo Afonso, Teixeira de Freitas e Eunápolis.

 

Compreende-se a complexa relação da UNEB quanto ao seu pertencimento às estruturas governamentais do Estado, posto conduzir uma estrutura democrática com autonomia para incluir as novas demandas dos alunos e egressos que representam os movimentos sociais, populares e Povos e Comunidades Tradicionais, assim, é urgente novos debates e estruturações de políticas de incentivo a inclusão e permanência destes. O Magnífico Reitor José Bites, reiterou que “não basta a gente ter uma política enquanto constituída através de instrumentos legais, seja um convênio, mas necessariamente precisamos que tenha as condições e as ações necessárias para que a gente posso realmente consolidar como uma política de educação indígena de forma a ser continuada. Portanto, viemos ao longo desse tempo com uma serie de dificuldades, mas agora estão culminando efetivamente com a conclusão destas turmas”.

Tirou-se dos Grupos de Trabalho, o Plano Estratégico de Políticas Indigenistas da UNEB, construído pelos estudantes indígenas e lideranças, diretorias da APINOBA (Associação de Professores do Norte e Oeste da Bahia), FORUMEIBA (Fórum Estadual de Educação Escolar Indígena), apresentado e dialogado com o reitor professor José Bites, o subsecretário de Educação, Srº. Nildon Pitombo, o coordenador de Políticas Indigenistas na Superintendência de Direitos Humanos do Estado, Srº. Jerry Matalawe, o Coordenador Indígena da Secretaria de Educação do Estado, Rafael Barbalho, os Coordenadores do OPARÁ Profª Telma Cruz e Floriza Sena, entre outros pesquisadores do centro e professores da UNEB, que dados sua importância, segue por completo nesta matéria.

 

Ao Magnífico Reitor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB

Prof. Dr. José Bites de Carvalho

 

Excelentíssimo Senhor,

 

Os Povos Indígenas Kiriri, Tuxá, Kaimbé, Kantaruré, Pankararé, Xucuru Kariri, Atikum, Truká, Tumbalalá e Pataxo participantes do II Seminário de Políticas para a Educação Superior Indígena na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, realizado no período de 22 a 24 de março de 2017, promovido pela Associação dos Professores Indígenas do Norte e Oeste da Bahia – APINOBA e o Fórum da Educação Escolar Indígena da Bahia – FORUMEIBA, com a seguinte pauta: Proposta de Acompanhamento e Gestão da Política de Educação Superior Indígena na UNEB; Licenciatura Intercultural Indígena; Pós Graduação lato/stricto sensu (mestrado e doutorado); Ação Saberes Indígenas na Escola; Magistério Indígena; PIBID Diversidade; Política de Produção, Publicação e Distribuição do Material Didático; Política de Assistência Estudantil: acesso e permanência dos estudantes das graduações regulares e das Licenciaturas Interculturais; Projeto Político Pedagógico da Educação Escolar Indígena – PPEEI.

 

Os representantes dos Povos Indígenas presentes reuniram-se em Grupos de Trabalho para elaboração de um Plano Estratégico a ser apresentado ao Magnífico Reitor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, com o objetivo de que sejam tomadas as devidas providências institucionais para atendimento aos pleitos.

 

Ressaltamos que as ações contidas no Plano Estratégico são frutos do processo de lutas históricas e resistência dos Povos Indígenas da Bahia por uma educação escolar indígena específica e diferenciada, e que busca uma política educacional estruturada no contexto da UNEB para atender e legitimar esse processo de reivindicações históricas e materializar através das ações definidas/propostas no referido plano.

 

Desta forma, como anexo a este documento, segue a proposta de um Plano Estratégico elaborado e assinado pelos/as representantes dos Povos Indígenas da Bahia, presentes no II Seminário de Políticas para a Educação Superior Indígena na Universidade do Estado da Bahia – UNEB.  Nestes termos, considerando o importante papel da universidade neste processo histórico de luta e protagonismo indígena, defendido em vários momentos por esta instituição, solicitamos a Vossa Excelência, que seja implementando e operacionalizando urgentemente as demandas explicitadas no Plano Estratégico.

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